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A LUA e a TEORIA DOS COMPLEXOS DE JUNG

A LUA NO MAPA ASTROLÓGICO E A TEORIA DOS COMPLEXOS DE JUNG

Como lidar com os complexos? Como podemos integrar nossos conteúdos inconscientes, tão dolorosos e traumáticos? A lua simbólica responde!

Você sabe o que você esconde até de si mesmo? A Lua no mapa natal aponta para os nossos pontos mais vulneráveis que tem origem no inconsciente e está em analogia com os Complexos da teoria de Jung.

Carl Gustav Jung (1875-1961) com mais de meio século de sua vida dedicado ao estudo do inconsciente, se interessou pelo modo como a astrologia se relacionava com suas pesquisas no campo da alquimia.

Muitos de seus seguidores, entre eles sua filha que se tornou astróloga e professora de astrologia Gret Baumann-Jung (1906-1995), passaram a conciliar o estudo da astrologia com a prática clínica da Psicologia Analítica.

Do artigo escrito por Gret Baumann, com o título: O Horóscopo de Jung, publicado pela revista Planeta número 35-A, Editora Três, São Paulo, 1975; dedicada ao Centenário do Nascimento de Jung, ela revela: “Novamente vemos como ele foi fiel ao seu horóscopo.

Pouco antes de sua morte, falávamos sobre horóscopos e meu pai notou: “O engraçado é que essa coisa danada funciona mesmo depois da morte.” E de fato, logo após sua morte o Meio do Céu em progressão fez um trígono exato com Júpiter nativo.

Num momento como esse pode-se ficar famoso. Seu livro Memórias, Sonhos e Reflexões, então recém-publicado, tornou-se um Best-seller. A filha de Jung usou o mapa progredido para fazer analogia com o fato do sucesso do livro.

O conceito de sincronicidade, tese de Jung, fundamenta a astrologia moderna: “onde há uma dimensão na qual a psique e o mundo interagem intimamente e se refletem reciprocamente” (Stein, 2006, p.178)

Na astrologia, a lua reflete a manutenção dos nossos padrões vitais, a psique é uma função orgânica, existe um padrão psíquico que formamos na infância.

No sentido genérico, a lua no mapa natal simboliza o inconsciente pessoal, nossa imaginação, nossas reações emocionais, em como nos sentimos confortáveis, a relação com a mãe, o lar emocional e a casa no aspecto material, a nutrição física, aspectos da saúde na relação psicossomática e a memória afetiva.

Como a lua simbólica no mapa natal se une em analogia aos complexos, teoria de Jung?     

UM BREVE HISTÓRICO SOBRE OS COMPLEXOS

Para falar da relação do complexo no conceito junguiano com a lua astrológica, é necessário um breve histórico de como Jung chegou à definição de complexos afetivos ou simplesmente complexos.

No início de sua carreira como psiquiatra em 1902, Jung empreendeu um experimento científico na Clínica Psiquiátrica da Universidade de Zurique sob a supervisão de seu professor Eugen Bleuler.

O Experimento de Associação Verbal (o teste de associação de palavras como ficou conhecido) possibilitou Jung a conduzir uma equipe de pesquisadores que se propuseram a apurar se fatores psicológicos inconscientes podiam ser empiricamente verificados.

Como funcionava a pesquisa?

As cem palavras indutoras eram ditas uma a uma para o paciente que teria que responder com outra palavra imediatamente, a falha na reação do paciente como uma pausa ou uma rima, foi concebida por Jung como: complexos de tonalidade afetiva.

No decorrer desses estudos, ele passou a usar o termo “complexo” adotado de Ziehen,

um psicólogo alemão.

Jung ampliou o conceito com suas próprias pesquisas e formulações teóricas, sendo esse um termo usado largamente nos círculos psicanalíticos e adotado por Freud até a ruptura de sua relação com Jung. (STEIN, 2006)

Um complexo é um aglomerado de associações, conteúdos dotados de energia tal qual o ego (centro da consciência), podemos fazer analogia do ego com o sol na astrologia.

Os complexos afetivos são uma espécie de ego, um poder, um domínio que supomos ter, um foco dotado de vontade e que possa fazer algo por meio de seus componentes. Eles são personalidades parciais ou fragmentárias (JUNG, 1972).

Podemos entender o complexo como um conjunto de idéias, afetos, imagens que estão interligados por um sentido.

Os complexos, em si mesmos, não são “negativos” ou “positivos”, são constituintes da psique humana e fonte das emoções.

Indicam que a estrutura psíquica é dotada de uma forte carga afetiva, ligando entre si representações, pensamentos e lembranças.

Por possuir energia própria, o complexo pode atuar no controle da conduta, por exemplo: nos sentimentos e pensamentos da pessoa.

Na medida em que os complexos agem inconscientemente, o sujeito tende a ser “levado” ou “possuído” por eles. (JUNG, 2011)

A expressão corrente em psicologia analítica “está constelado”, significa que o indivíduo

adotou uma atitude de expectativa com base na qual reagirá de maneira totalmente definida pelo complexo que foi ativado, pois este é uma estrutura autônoma da psique e possui energia própria.

A emoção, ao aflorar a superfície da psique, afeta a consciência, possibilitando, ao mesmo tempo, que potencialidades desconhecidas e elementos já presentes possam vir a tona.

Porém, caso a consciência não se identifique com tal emoção ou não a projete sobre um objeto externo, pode haver uma maior possibilidade de uma transformação e de um maior grau de adaptação do ego.

Jung conclui sobre o efeito das emoções na consciência:

A autonomia do inconsciente começa onde se originam as emoções. Estas são reações instintivas, involuntárias que perturbam a ordem racional da consciência com suas irrupções elementares. Os afetos não são “feitos” através da vontade, mas acontecem. No afeto aparece às vezes um traço de caráter estranho até mesmo à pessoa que o experimenta, ou conteúdos irrompem involuntariamente. Quanto mais violento for um afeto, tanto mais ele se aproxima do patológico, isto é, daquele estado em que a consciência do eu é posta de lado por conteúdos autônomos, antes inconscientes. (JUNG, 2012d, 278§ 497)

Como explica Stein (2006), um complexo nunca pode ser completamente eliminado, mas pode ter um tempo de constância abreviado, que significa uma diminuição do consumo da grande quantidade de energia física e psíquica que sua descarga pode produzir.

O estímulo que provoca o complexo pode ser de duração insignificante, longa ou breve, porém seus efeitos sobre a psique podem continuar por longos períodos chegando à consciência em ondas de emoção ou ansiedade.

O inconsciente pessoal (analogia com a lua na astrologia) consiste em sua maior parte de complexos, o inconsciente coletivo é constituído essencialmente de arquétipos.

O complexo é pessoal, mas em seu núcleo o arquétipo está presente.

O termo grego arquetypon tem origem na filosofia, um termo que Jung referiu ter extraído de Platão.  Os arquétipos são formas preexistentes que de modo secundário se tornam conscientes, conferindo uma forma definida aos conteúdos da consciência.

A noção do inconsciente coletivo corresponde ao patrimônio das fantasias inconscientes e das formas dominantes e fundamentais nas quais os arquétipos se manifestam. (PIERI, 2002)

Em síntese, Stein (2006) nos explica que os complexos são criados por traumas, antes desses, a peça arquetípica existe como imagem e força motivadora, porém não tem as mesmas qualidades perturbadoras e produtoras de ansiedade do complexo.

O trauma cria uma imagem mnêmica emocionalmente carregada que se associa a uma imagem arquetípica e, juntas, essas congelam uma estrutura mais ou menos permanente. Essa estrutura contém uma quantidade específica de energia e pode ligar-se a outras imagens associadas para criar uma rede.

Assim um complexo é enriquecido e ampliado por experiências ulteriores de uma espécie semelhante. Dessa forma, entendemos que um complexo surge de imagens arquetípicas que aos poucos são incorporadas às experiências pessoais de um indivíduo.

O símbolo aponta para um arquétipo, é a sua particular expressão. Por exemplo: uma lua em peixes; tem dois peixes como elemento simbólico que a caracteriza.

Um símbolo é algo que não pode ser expresso pela linguagem comum, tendo um sentido subjetivo e vários significados.

Podemos dizer que um símbolo cristão aponta para o arquétipo do salvador, uma imagem de sacrifico, porém o símbolo dos peixes além da ligação com o “Cristo pescador de homens”, também aponta para o elemento água, a fecundidade, a união etc. Jung diz que psique é imagem.

Enquanto fenômeno psíquico, os símbolos afetam tanto nosso pensamento quanto sentimento, nossa sensação e nossa intuição.  Por eles somos tomados no nível de uma emoção e de uma ideia, com espontaneidade e com naturalidade eles se apresentam e mobilizam na psique consideráveis revelações de nosso mundo interno.

A LUA NA ASTROLOGIA

O símbolo da lua na astrologia diz algo a respeito de como experimentamos ou vemos a mãe, descreve a imagem do feminino que projetamos, como gostamos de ser providos e como desempenhamos nosso papel de mãe; no caso das mulheres, e o papel da esposa; no mapa masculino.

A lua descreve nossa natureza emocional, o modo como respondemos instintivamente ou reagimos a eventos e ao ambiente, mostra a maneira de ser que nos dá mais conforto e segurança.  Ele mostra ainda o modo como você se afasta de tudo quando precisa descansar ou fazer uma pausa; descreve nosso santuário. Também pode dizer algo sobre nossas rotinas domésticas. (Greene, 1994, p.48, 49)

É na esfera da vida associada à casa em que a lua está na mandala astrológica, que podemos experimentar altos e baixos, mudanças de humor e flutuações de comportamento.

Os aspectos com a lua colorem a imagem do feminino e daquilo que experimentamos por intermédio da mãe ou da pessoa que cuidou de nós.

Os planetas em aspecto com a lua costumam descrever o condicionamento da infância, definindo um pouco melhor nossa natureza emocional.

Somos receptivos ou defensivos? Reagimos depressa ou devagar? A natureza do planeta em aspecto com a lua descreve nossas reações instintivas à vida, bem como aquilo que temos tendência a encontrar na esfera emocional. Os aspectos (quadratura, conjunção, oposição…) com a lua também colorem como cuidamos dos outros ou nos nutrimos, ou como queremos ser cuidados.

A lua na astrologia simboliza nossa reação ao ambiente sustentada por orientação inconsciente que mobiliza grande carga afetiva, por isso a analogia com os complexos na psicologia analítica.

A lua simbólica, independente do signo em que esteja, também aponta para o arquétipo da Grande Mãe; esta pode ser acolhedora, bondosa ou terrível; e também aponta para o arquétipo do Puer Aeternus; este pode ser criativo ou infantil.

Devemos aprender que em relação a lua devemos acolher o que faz parte de nós, seja qual for o afeto negativo ou imagem negativa.

Quando o complexo for tocado no medo da rejeição da lua em aquário, da solidão da lua em libra, da escassez de recursos da lua em touro, da traição da lua em escorpião etc, eles devem ser aceitos e acolhidos.

Só podemos transformar aquilo que aceitamos. Só podemos integrar quando deixamos de projetar no outro nossos conteúdos negativos. O que está inconsciente deve ser integrado na consciência para que não se torne autônomo.

Tudo aquilo que negamos, volta com a mesma força com que foi negado.  A energia psíquica precisa fluir, se nós contemos o fluxo em uma direção, ela transborda em outro lugar.

O ARQUÉTIPO DA GRANDE MÃE

Podemos ser fiel ao principio saudável da lua como arquétipo da Grande Mãe, experimentando de forma visceral o acolhimento da nossa própria história seja ela qual for, nossa memória afetiva onde o negativo também faz parte constitui um potencial transformador.

O complexo traz os afetos: o medo, a angústia, a vergonha, a raiva para serem incluídos e aceitos e assim poderão ser então transformados.

Quando esse princípio materno é negado, podemos constelar o arquétipo do Puer Aeternus (eterna criança), nos tornando vítimas aprisionadas em padrões de dependência do acolhimento alheio, nos relacionando por necessidade e não por escolha.

O signo da lua na astrologia, principalmente, aponta nosso padrão de aprisionamento no complexo materno, o que fazemos para que sejamos amados pelo outro.

Conclusão

Assim, a astrologia traz um caminho como possibilidade integradora para a questão dos complexos, nossos pontos mais secretos e vulneráveis que escondemos de nós mesmos: Como lidar com os nossos complexos mais inconscientes e dolorosos?

A lua simbólica responde: Observando e acolhendo! Como uma mãe acolhe um bebê que chora. Esse bebê bem acolhido será no futuro um adulto capaz de cuidar de si mesmo e dos outros.

A lua no mapa natal aponta tanto o padrão de dependência do afeto quanto o caminho da ação transformadora.

Este texto foi adaptado do trabalho de Cláudia Rabelo selecionado e convocado para apresentação por ocasião do XVII Simpósio Nacional do SINARJ – Sindicato Nacional dos Astrólogos do Rio de Janeiro, em outubro de 2015 sob o título: Lua e Complexos: O Caos no nosso Universo Pessoal.

Bibliografia

GREENE, LIZ .; SASPORTAS, HOWARD. Os Luminares: a psicologia do sol e da lua no horóscopo: seminários sobre astrologia psicológica, vol 3. São Paulo: Ed. Roca, 1994.

JUNG, C. G. Fundamentos da Psicologia Analítica – As conferências de Tavistock. Londres,1935. Petrópolis, Vozes, 1972.

JUNG. C.G. Aion – Estudo sobre o simbolismo do si-mesmo. vol IX/2. Tradução de Dom Mateus Ramalho Rocha. Petrópolis, Vozes, 2011.

JUNG, C. G. Memórias, Sonhos e Reflexões. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 2012.

JUNG, C. G. Os arquétipos e o inconsciente coletivo. vol. IX/I. Petrópolis,Vozes, 2012d.

PIERI, Paolo Francesco. Dicionário junguiano. São Paulo: Paulus, 2002.

STEIN, M. Jung – O Mapa da Alma, uma introdução. São Paulo: Ed. Cultrix, 2006.

CrisCabral

AstrologicamenteCorreto

AstrologiaComportamental

A astrologia na psicanálise de acordo com Carl Jung

A astrologia na psicanálise de acordo com Carl Jung

Não, Astrologia não é considerada uma ciência, desista de entendê-la dessa forma. Carl Jung é o responsável pela introdução da astrologia na psicanálise. Este psicanalista suíço, discípulo de Freud, abordou conceitos que para muitas pessoas estavam mais próximos da magia do que da ciência. Mesmo assim, seus postulados são profundos e interessantes, e conseguiram se superar a ponto de criar uma abordagem da psicologia que se mantém vigente até os dias atuais. Para Carl Gustav Jung na astrologia estão condensados todos os conhecimentos da psicologia da Idade Antiga. De maneira intuitiva, os doze signos do zodíaco se transformaram em um resumo das realidades psíquicas. Eles configuram o que Jung chamou de “arquetipos”. Eles são padrões ou modelos psicológicos que vivem no inconsciente coletivo. Jung estava convencido de que existia uma disposição natural em cada ser humano para ser o que é. Não é aprendida, mas nasce em cada um de nós. Neste ponto se vê a influência da astrologia na psicanálise junguiana. Os astrólogos estão convencidos de que existe uma aptidão para viver de um certo modo, a partir do momento do nascimento. Jung desenvolveu o conceito de “sincronicidade” na sua teoria. Trata-se de um postulado que considera a presença da astrologia na psicanálise. A sincronicidade faz referência a eventos que geram uma coincidência. Eles se encontram, ocorrem ao mesmo tempo, mas, aparentemente, estão desconectados entre si. Por exemplo, quando alguém está pensando em algo pouco comum como um morcego e uma hora depois vê um na janela. Para Jung, estas coincidências obedecem a fios invisíveis que conectam todas as coisas. Isso concorda com os princípios astrológicos. Segundo esse conhecimento, existem forças invisíveis que fluem no universo. Estas forças estão se combinando constantemente e proporcionam o acontecimento de eventos na vida de uma pessoa. Deste modo, é evidente a influência da astrologia na psicanálise junguiana. Uma ordem universal desconhecida se manifesta em uma situação específica. Os movimentos do universo dão origem a eventos definitivos na vida de uma pessoa. Pode parecer que isso se afasta da perspectiva científica, porém a física quântica também trata de postulados bastante semelhantes.
Jung chama a astrologia de “método intuitivo”. Ele declarou em várias ocasiões que havia verificado que determinados estados psicológicos ou determinados fatos estavam relacionados com o trânsito dos planetas.

Os astrólogos e Jung
Os astrólogos, concordam em muitos pontos com Jung. Eles insistem na existência de forças invisíveis que estabelecem um determinado sentido a tudo o que acontece. “A força que move o sol e as estrelas é a mesma que move a alma humana”, disse o famoso astrólogo espanhol Lluís Gilbert. Assim como se aprecia uma influência da astrologia na psicanálise, também ocorre o contrário. Muitos astrólogos se amparam nos conceitos de Jung para elaborar as suas interpretações.

Uma relação incômoda
A influência da astrologia na psicanálise é questionada por quase todos os psicanalistas. Eles veem nessa influência somente um refúgio de mitos e lendas imaginárias que não têm validez. Na verdade, a psicanálise clássica se baseia na ideia de que o ser humano é o dono do seu destino e que as casualidades não existem. A minoria contrária a essa opinião questiona o extremismo do raciocínio cartesiano que se impôs sobre o conhecimento. Eles indicam que não existe uma, mas muitas maneiras de chegar à verdade. E a verdade racional, a científica, é somente uma delas. Apesar de tudo, a astrologia na psicanálise continua estando bem presente, pelo menos na abordagem junguiana. Tanto os adeptos dessa abordagem quanto os astrólogos se sentem cada vez mais próximos da física quântica. Eles asseguram que, pouco a pouco, irá se desvendando um novo conhecimento, que desafia as leis racionais.

Cartas de Jung

Em 12 de Junho de 1911, Jung escreve:
“Prezado Professor Freud, minhas noites são, em grande parte, tomadas pela Astrologia. Faço cálculos com horóscopos a fim de encontrar pistas que me conduzam ao âmago da verdade psicológica. Há coisas notáveis que, certamente, não lhe parecerão dignas de crédito. O cálculo da posição dos astros, no caso de uma senhora, indicou um quadro caracterológico perfeitamente definido, com numerosos detalhes biográficos que, todavia, não se aplicavam a ela, mas à mãe dela, a quem as características assentavam como uma luva. E a senhora em questão sofre de um extraordinário complexo de mãe. Atrevo-me a dizer que a Astrologia se poderá ainda descobrir um dia uma boa parcela de conhecimento que foi intuitivamente projetada nos céus. Há indícios, por exemplo, de que os signos do zodíaco são imagens caracterológicas ou, em outras palavras, símbolos libidinais que representam as qualidades da libido num determinado momento. Cordialmente, JUNG”

Para o Astrólogo André Barbault, Jung escreve:
“Existem muitos exemplos de notáveis analogias entre constelações astrológicas e eventos psicológicos ou entre o horóscopo e a disposição geral do caráter. É até mesmo possível prever, até certo ponto, o efeito físico de um trânsito astrológico. Podemos esperar, com considerável certeza, que uma determinada situação psicológica bem definida seja acompanhada por uma configuração astrológica análoga. A Astrologia consiste de configurações simbólicas do inconsciente coletivo, que é o assunto principal da psicologia; os planetas são deuses, símbolos dos poderes do inconsciente”

Para Jung, era muito clara a ligação do mapa natal com a personalidade. Ele observou que a Astrologia consistia de imagens míticas poderosas e de que forma essas imagens se relacionavam e afetavam a psique do individuo.
Existem correspondências, inclusive, apontando a forma como era utilizado o mapa natal em análise, especialmente com clientes com as quais tinha um entendimento difícil do processo. A forma mandálica do mapa, simbolicamente, representa a totalidade da vida humana. A cruz contida em seu interior representa a ligação do macrocosmo com o microcosmo, a matéria e o espírito. A cruz une céu e terra, ela é o grande mediador entre o Ego e o Self.
Para finalizar, a Astrologia fez parte do interesse de Carl Jung e foi de grande importância na compreensão de aspectos psicológicos na clínica, portanto trata-se de uma ferramenta de análise profunda, se utilizada seriamente.

POR QUE A ASTROLOGIA É UMA NOVIDADE DE 6.000 ANOS?

A Astrologia é uma das mais antigas formas de auto conhecimento que circulam pela Terra. Ela estuda o homem e seus enigmas há mais de 6.000 anos. Teve conseqüências profundas e duradouras na história da humanidade e atravessou fronteiras, crenças religiosas, sistemas sociais e valores culturais… O conceito de que os corpos celestes influenciavam nossas vidas sobrevive por séculos como um sistema de marcação do tempo: de semear e colher, das quatro estações da natureza, das chuvas e estiadas, dos nascimentos e mortes…… 

Tudo que a Astrologia põe à disposição da humanidade sempre foi e continua sendo um “manual de instruções” para que o homem se conheça e viva melhor, decifrando os mistérios que o constituem. Ela contribui para estimular os fatores de um crescimento mental, de uma melhor adaptação às condições de vida e, portanto, de um acesso mais rápido aos planos de evolução.

A Astrologia, em sua abordagem terapêutica e psicológica, e mais especificamente na leitura de um mapa natal, é um instrumento que descreve com precisão e profundidade a estrutura e a dinâmica das diversas forças e dimensões que formam a psique humana. Desde os conceitos básicos da psicanálise, presentes na representação dos três constituintes do aparelho psíquico: Id, Ego e Superego. Vemos a mesma descrição conceitual e funcional na Astrologia representada na dimensão do eu descrita, e na função desempenhada por, respectivamente, Marte, Sol e Saturno.

Não é surpreendente o fato de encontrarmos estruturas e descrições semelhantes de dimensões humanas tanto na Astrologia como na Psicologia uma vez que ambas são conhecimentos desenvolvidos por seres humanos e, portanto, possuem representações da subjetividade humana e são representadas por princípios arquetípicos do inconsciente coletivo.

Quando se diz que determinado planeta (uma dimensão do indivíduo, estrutura ou elemento mítico do inconsciente coletivo) está posicionado em um signo (qualidade arquetípica de manifestação), a informação fornecida por esta disposição é a que neste indivíduo particular a dimensão do eu representada pelo planeta se manifestará com uma qualidade dentro do espectro arquetípico representado pelo signo. Deste modo, temos uma informação precisa e objetiva que pode ser comunicada através de uma linguagem de códigos definidos (Mercúrio/Logos) diretamente ao consciente (Sol/Ego) para que este tenha o conhecimento da qualidade e do modo de interação das diversas forças que formam sua psique indicando potencialidades e conflitos resultantes desta interação.

Uma consulta de leitura do mapa natal, (ou seja, ter o mapa natal interpretado por um astrólogo profissional capacitado)  é sem dúvida muito reveladora. O mapa natal não diz quem você é, mas, fala do projeto que o Céu traçou para você realizar “quando crescer”… Para chegar a ser tudo aquilo que os astros projetaram no dia em que nascemos, é importante acelerar nosso crescimento em todos os níveis. O mapa natal explica e traduz a programação que estava no Céu, porém, não assegura o desempenho nem os talentos de cada um, afinal, “OS ASTROS INCLINAM, NÃO DETERMINAM”.

Vivemos num universo dual. Cada circunstância, cada fato pode ser experimentado em seu pólo positivo ou negativo; assim, os 12 signos devem ser entendidos como 12 diferentes modelos mentais, capazes de se desenvolver em plenitude ou se reduzir aos níveis menores.

Qualidades ou defeitos não existem; eles apenas anunciam a utilização correta ou insuficiente das polaridades de cada signo. Não existe signo que seja melhor ou pior do que os outros. Existem sim homens de maior ou menor maturidade; melhor definindo, de maior ou menor Idade Astral.

Referências bibliográficas

Astrologia,  A evidência científica – Percy Seymour

Stephen R. Covey

Astrologia Pscológica -Daniel Machado